Meditação: uma constelação de benefícios

Meditação: uma constelação de benefícios

Quem medita, nem que seja por seis preciosos minutos, sabe o bem que sabe. Meditar é vir ao encontro do nosso Eu mais profundo e aí encontrar respostas, é a experiência da serenidade, é observar pensamentos e gerir a capacidade de também os deixar passar sem nos agarrarmos a eles.
Poderá ser difícil implementar uma rotina de meditação ou ocasionalmente nos darmos ao luxo de estarmos sentados, serenos, desligarmo-nos de tudo o resto e voltar a atenção para dentro de nós, mas vale a pena experimentar ou continuar essa prática porque saímos comprovadamente relaxados e muitas vezes determinados.
Embora o treino meditativo induza à expansão das regiões cerebrais ligadas ao raciocínio complexo, a meditação pode ser, embora não necessariamente sempre, uma reflexão ou análise profunda de temas, conceitos éticos ou de passos a dar na vida. Basta simplesmente sentarmo-nos de modo confortável, relaxar o corpo e levar a mente a focar-se na nossa inspiração e expiração; seguir essa verdadeira viagem respiratória é prodigioso e faz-nos dar valor à essência da vida a ocorrer dentro de nós.
Mentalizar com plena atenção uma palavra já é uma meditação. Manter o corpo estável e de olhos fechados visualizar mentalmente um ponto entre as sobrancelhas ou sentir conscientemente a temperatura em contato com o nosso corpo é uma meditação. Tal como referem os neurocientistas: “A essência da meditação consiste em treinarmo-nos para estarmos tão conscientes quanto possível do mínimo possível.”
Meditar refina a intuição e produz efeitos calmantes e profundos no pensamento, nas emoções e no cérebro. Daniel Bor, neurocientista na Universidade de Sussex, menciona que “… as pessoas que praticam meditação há muito tempo apresentam uma amígdala reduzida (região do cérebro relacionada com a ansiedade ou com o medo), e um córtex pré-frontal mais desenvolvido (região associada às formas de processamento cognitivo superior e à inteligência).”
Meditar é uma excelente ferramenta que todos podemos utilizar e, mais uma vez, não necessitamos de nada mais para além do corpo com que fomos abençoados.
Meditar melhora a memória e aumenta a capacidade de trabalho. Leva-nos certamente a aprimorar a atenção sobre pontos ou matérias específicos, treinamos a atenção plena, a capacidade de concentração, diminuindo consequentemente o défice de atenção e a hiperatividade tão comummente atribuídos às crianças dos nossos dias.
Uma mente focada fica menos suscetível ao que não interessa, às ilusões visuais, aos estímulos que nos rodeiam e que nos distraem do que é crucial em determinado momento.
Sentar, fechar olhos, sentir o mundo por dentro e simultaneamente não nos abstrairmos do que acontece à nossa volta estimulam a cognição e melhoram, inclusive, a nossa orientação espacial, a perceção, a sensibilidade, pois consegue-se detetar estímulos mais diminutos.
Meditar aumenta o autoconhecimento e desenvolve uma mente presente.
Faz crescer a sensação de paz, descontração, bem-estar e tranquilidade. Acalma as emoções, diminui o stress de que sofremos, por isso está provado cientificamente que atenua sintomas de ansiedade e depressão, de certas patologias do foro clínico e até a necessidade de dormir. Melhora a nossa saúde.
Se acha que faz algum sentido, vamos meditar? Sente-se num local calmo e respire bem fundo. Inspire serenidade e expire stress. Inspire flexibilidade e expire rigidez. Inspire força e expire fraqueza. Inspire coragem e expire dúvida. Encha os pulmões de amor e expire também amor, alguém há de receber e agradecer.
Além de gratidão pelo momento presente, tenha noção que a meditação não tem qualquer contraindicação. No final … sinta os efeitos e aprecie.


Texto escrito por Cristina Diniz