Exercícios respiratórios de yoga adequados após cirurgia à tiroide

Exercícios respiratórios de yoga adequados após cirurgia à tiroide

A recuperação após cirurgia (biópsia, metade da glândula ou a totalidade da tiroide) é geralmente fácil, contudo, existem casos em que são aconselhados terapia da fala e exercícios vocais, com o pescoço e respiratórios, muitos deles prática comum no yoga.
O mais importante na prática de yoga é encorajar a pessoa a gostar e a respeitar o seu corpo, mesmo antes de o fortalecer e o flexibilizar.
A prática terapêutica do yoga pode acrescentar vários benefícios, tais como:

  • Relaxar a musculatura do pescoço com exercícios respiratórios direcionados para esse efeito;
  • Controlar o metabolismo e o sistema imunitário;
  • Controlar os níveis de stress e ansiedade através de relaxamento profundo e meditação;
  • Aumentar a amplitude de movimento do pescoço e dos ombros;
  • Melhorar a qualidade da voz através da vocalização de mantras e bija mantras (lam, vam, ram, yam, ham, om, om);
  • Melhorar o bem-estar geral através de técnicas de relaxamento e meditação, que proporcionem felicidade e aceitação, tanto mais que esta última é dos conceitos mais importantes dentro da filosofia de vida do yoga.

Quanto à respiração yoguica, em primeiro lugar deverá dominar-se uma respiração simples, nasal, consciente, lenta e profunda. Seguem alguns exemplos:

  • Começamos por nos deitar no chão, em decúbito dorsal, colocando as mãos suavemente pousadas sobre a região abdominal, fazendo com que os dedos médios se toquem ligeiramente. Inspiramos pelo nariz e reparamos como o abdómem se projeta para cima e os dedos médios se afastam um do outro, expiramos lentamente pelas narinas também e constatamos como a zona abdominal se retrai paulatinamente e como os dedos médios voltam a aproximar-se. Isto é simples e bom.
  • A partir do domínio desta respiração abdominal, continuamos a fazer os mesmos passos, mas o foco da atenção na inspiração passa a ser a parte de trás da garganta.
  • Recomenda-se também, e ainda na posição deitada, uma inalação prolongada e que a expiração seja feita pela boca ao mesmo tempo que se vai contando em voz alta até 10.

- A respiração ujjāyī, que significa vitoriosa, é muito importante e recomendada nestas situações por terapeutas da fala. Faz-se inspirando e expirando controlada e lentamente pelas narinas, mas com a contração da glote, na garganta. Ela produz um som que faz lembrar as ondas do mar a rebentar na areia ou o restolhar das folhas ao vento. Uma vez que não é fácil de se conseguir à primeira tentativa, um truque é começar por fazer esta respiração em frente de um espelho, com a boca aberta. Iremos verificar que o ar expirado vai embaciar o vidro. Concluímos assim que estamos a contrair a glote e a fazer bem a respiração. A meio da expiração fechamos a boca e continuamos a respiração ujjāyī só pelas narinas, o que vai beneficiar o relaxamento dos músculos da garganta.

- Sentados numa cadeira, olhos fechados, costas direitas, pescoço alinhado com a coluna vertebral, inspiramos e expiramos 12 vezes, com um suave sorriso nos lábios. Mantemo-nos positivos, enchendo o corpo de energia com a inspiração e expiramos, mandando fora os antioxidantes de modo a melhorar o sistema imunitário. (postura de Tadāsana na cadeira)

  • Fletindo o pescoço para a frente e para trás, fazemos 6 respirações completas. Inspiramos e olhamos para cima, alongando o pescoço, expiramos e trazemos a cabeça para baixo, deixando que o queixo desça em direção ao esterno. Foque a atenção no pescoço.
  • Rode o pescoço para a direita enquanto inspira e alonga o lado esquerdo. Expire e volte ao centro. Inspire e rode para o lado esquerdo. Expire e volte ao centro. Repita estes movimentos 6 vezes.

Sentados numa cadeira, mãos nos joelhos. Inspiramos e expandimos o peito, inclinando ligeiramente a cabeça e o queixo para trás. Expiramos e curvamos as costas, subindo as costelas e trazendo o queixo ao esterno. Este movimento deve ser dinâmico. Sorrir e respirar com positividade. Repetir 6 vezes. (Postura Marjaryāsana Bitilāsana

  • na cadeira).
  • Sentados numa cadeira, pernas e pés unidos. Inspiramos e esticamos o braço direito sobre a cabeça, inclinando para a esquerda, alongando o tronco. Expiramos e olhamos para a mão que se encontra em cima. Mantemos esta posição durante 6 respirações completas. Soltar e trazer o braço para baixo enquanto expiramos. Inspirar novamente e repetir tudo começando com o braço esquerdo. A ideia é alongar lentamente para ajudar na abertura dos vários músculos perto do peito, ombros, pescoço e parte superior das costas.
  • Sentados, coluna vertebral alongada. Agarre nas costas da cadeira levando os braços atrás e ao inspirar, levante o peito e os ombros e olhe para cima. Expire e mantenha-se nesta posição sentindo o alongamento do pescoço e da parte superior do tronco. Sorria e mantenha durante 6 respirações. Saía da postura, relaxe e volte a repeti-la durante mais 6 respirações. Permite o fluxo de energia na garganta e ajuda a recuperar a voz. (postura de bhujaṅgāsana na cadeira).
  • De pé. Inspiramos e erguemos ambos os braços sobre a cabeça. Expiramos e olhamos para os dedos. Manter, durante 6 respirações. Em alternativa, poderá baixar e erguer os braços de forma dinâmica, à medida que inspira e expira. O foco deverá ser na energia que absorve e nos antioxidantes que expele. Esta conexão com o corpo ajuda imenso no processo de cura. O movimento dos braços e ombros não é apenas para ganhar força ou flexibilidade, mas também, e de modo mais poético, para extrair energia da Terra e nos mantermos enraizados, seguros e felizes. (Postura – ūrdhva hastāsana).
  • Podemos praticar ainda outros tipos de respirações do yoga, como anuloma viloma, bhrāmārī ou śītalī prāṇāyāma e até kapālabhāti, contudo as acima referidas são simples e apresentam bons resultados.

Observação: Idealmente dever-se-á praticar estas respirações junto de um professor acreditado e ter consciência e cuidado consigo próprio de modo a parar caso sinta algum desconforto.


Texto escrito por Cristina Diniz